sábado, 13 de outubro de 2012

Brasil versos Japão: Educação incomparável




    
          Brasil versos Japão: Educação incomparável

A educação é um dos setores mais importantes para o desenvolvimento social, econômico e cultural de uma nação. É através da produção do conhecimento que um país se desenvolve e melhora a qualidade de vida das pessoas que nele habita. Visando este aspecto e fazendo um paralelo entre Japão e Brasil, é importante ressaltar o que divergem na universalização e democratização da educação nos dois países

Quando o assunto é educação, o Brasil deixa muito a desejar e torna-se de difícil explicação o fato de uma das maiores economias do mundo figurar como o 88º colocado no ranking da educação, atrás das nações vizinhas. Isso se dar pela existência de uma verdadeira discrepância entre o que é dito e o que é feito, afirma-se isso pelas relevantes teorias educacionais e a enorme inércia na sua execução e pela necessidade de rever os investimentos para melhorar as práticas de ensino.

O Japão, como um país desenvolvido tem investido consideravelmente para a formação dos recursos humanos atribuindo o uso constante de novas tecnológicas na tentativa de universalização a educação no país, atingindo 95% no ensino secundário, enquanto que o Brasil só atinge apenas 14%. Assim como o Japão, o Brasil tem procurado universalizar e democratizar a educação pela expansão de estabelecimentos e vagas na escola pública, também como no Japão a qualidade foi sacrificada em favor da quantidade. Em outras palavras, facilitaram-se o acesso das camadas menos favorecidas à educação, mas os investimentos não foram aumentados proporcionalmente. Comprova-se isso porque enquanto aqui se gasta com despesas educacionais por aluno R$ 148,00, o Japão gasta $ 1.757,7.

E como resultado disso, o Brasil no registro geral de evasão e repetência apresenta 21%, enquanto que o sistema japonês praticamente exclui a possibilidade de retenção, pois está sempre buscando metas quantitativas. Observa-se que no Brasil, a expansão do ensino público, se por um lado aumentou a oferta de vagas, por outro diminuiu a qualidade, reforçando indiretamente a rede privada, capaz de oferecer um ensino melhor. Com isto afunila-se a pirâmide na passagem para o curso secundário, e também para o curso superior, principalmente nas melhores universidades públicas.

A escola japonesa é o lugar sagrado da construção do autoconhecimento, da autodisciplina, da civilidade e do conhecimento científico. Todo processo de ensino é regido pelo Ministério da educação do país, tirando toda e qualquer autonomia das instituições para modificação no paradigma educacional. Cabe ressaltar que os professores japoneses reivindicam essa autonomia perante os governantes. No Brasil existem os Parâmetros Curriculares Nacionais que norteiam o ensino, mas o Ministério dar autonomia ao estado para flexionar os conteúdos, acrescentando os conhecimentos regionais, culturais, econômicos e sociais. Nisso se difere da mecanização do Japão.

Mas no fator qualificação e valorização do professor, o Japão faz altos investimentos no profissional, dando a eles alto prestigio na sociedade, formação em serviço incluindo viagens ao exterior, treinamentos periódicos em centros regionais e realização de pesquisas em escolas experimentais, subsidiando também recursos que garanta a eficiência na qualidade do ensino para todos, enquanto que no Brasil há uma baixa remuneração dos professores, sucateamento das escolas, contingenciamento de verbas, falta de tecnologia adequada, ausência de equipamentos e de recursos materiais condizentes com as tarefas de sala de aula.

Mediante comparação, concluiu-se que o Brasil entre ambos, é o país que menos investe em educação e que apenas medidas de ordem quantitativa, como um investimento realmente racional na educação, reduzindo despesas, aumentando salários e permanência da criança na escola não bastam. É preciso confiar mais na escola, dotá-la de maior autonomia para estabelecer seus objetivos e os meios através dos quais possa atingi-los. Para tanto, é necessário que nosso modelo de gestão seja revisado a exemplo de outros países, na direção de um maior equilíbrio de direitos, deveres e responsabilidades.

                                 Francinilde de Oliveira Sousa

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