Brasil versos Japão: Educação incomparável
A
educação é um dos setores mais importantes para o desenvolvimento social,
econômico e cultural de uma nação. É através da produção do conhecimento que um
país se desenvolve e melhora a qualidade de vida das pessoas que nele habita.
Visando este aspecto e fazendo um paralelo entre Japão e Brasil, é importante
ressaltar o que divergem na universalização e democratização da educação nos
dois países
Quando
o assunto é educação, o Brasil deixa muito a desejar e torna-se de difícil
explicação o fato de uma das maiores economias do mundo figurar como o 88º
colocado no ranking da educação, atrás das nações vizinhas. Isso se dar pela
existência de uma verdadeira discrepância entre o que é dito e o que é feito,
afirma-se isso pelas relevantes teorias educacionais e a enorme inércia na sua
execução e pela necessidade de rever os investimentos para melhorar as práticas
de ensino.
O
Japão, como um país desenvolvido tem investido consideravelmente para a
formação dos recursos humanos atribuindo o uso constante de novas tecnológicas
na tentativa de universalização a educação no país, atingindo 95% no ensino
secundário, enquanto que o Brasil só atinge apenas 14%. Assim como o Japão, o
Brasil tem procurado universalizar e
democratizar a educação pela expansão de estabelecimentos e vagas na escola
pública, também como no Japão a qualidade foi sacrificada em favor da
quantidade. Em outras palavras, facilitaram-se o acesso das camadas menos
favorecidas à educação, mas os investimentos não foram aumentados
proporcionalmente. Comprova-se isso porque enquanto aqui se gasta com despesas
educacionais por aluno R$ 148,00, o Japão gasta $ 1.757,7.
E como resultado disso, o Brasil no registro
geral de evasão e repetência apresenta 21%, enquanto que o sistema japonês
praticamente exclui a possibilidade de retenção, pois está sempre buscando
metas quantitativas. Observa-se que no Brasil, a expansão do ensino público, se
por um lado aumentou a oferta de vagas, por outro diminuiu a qualidade,
reforçando indiretamente a rede privada, capaz de oferecer um ensino melhor.
Com isto afunila-se a pirâmide na passagem para o curso secundário, e também
para o curso superior, principalmente nas melhores universidades públicas.
A escola japonesa é o lugar sagrado da construção
do autoconhecimento, da autodisciplina, da civilidade e do conhecimento
científico. Todo processo de ensino é regido pelo Ministério da educação do
país, tirando toda e qualquer autonomia das instituições para modificação no
paradigma educacional. Cabe ressaltar que os professores japoneses reivindicam
essa autonomia perante os governantes. No Brasil existem os Parâmetros
Curriculares Nacionais que norteiam o ensino, mas o Ministério dar autonomia ao
estado para flexionar os conteúdos, acrescentando os conhecimentos regionais,
culturais, econômicos e sociais. Nisso se difere da mecanização do Japão.
Mas no fator qualificação e valorização do
professor, o Japão faz altos investimentos no profissional, dando a eles alto
prestigio na sociedade, formação em serviço incluindo viagens ao exterior,
treinamentos periódicos em centros regionais e realização de pesquisas em
escolas experimentais, subsidiando também recursos que garanta a eficiência na
qualidade do ensino para todos, enquanto que no Brasil há uma baixa remuneração
dos professores, sucateamento das escolas, contingenciamento de verbas, falta
de tecnologia adequada, ausência de equipamentos e de recursos materiais
condizentes com as tarefas de sala de aula.
Mediante comparação, concluiu-se que o Brasil
entre ambos, é o país que menos investe em educação e que apenas
medidas de ordem quantitativa, como um investimento realmente racional na
educação, reduzindo despesas, aumentando salários e permanência da criança na
escola não bastam. É preciso confiar mais na escola, dotá-la de maior autonomia
para estabelecer seus objetivos e os meios através dos quais possa atingi-los.
Para tanto, é necessário que nosso modelo de gestão seja revisado a exemplo de
outros países, na direção de um maior equilíbrio de direitos, deveres e
responsabilidades.
Francinilde de
Oliveira Sousa